Não é assim tão difícil viver sem amor, já me apercebi disso. O amor, aquele que nos faz doer a alma pela ausência , aquele que nos dá brilho ao olhar, e nós cora com pensamentos impuros, não é assim tão necessário para a vida. Bem, pensam vocês, lá vem esta tipa com a má onda do costume. Nada disso, estou muito bem dispostinha e até bastante risonha. Mas apenas tenho andado a pensar nestas coisas. O meu gajo por exemplo, foi criado sem amor, e anda por aqui de cabeça erguida. Ganhou carapaça relativamente à vida, ao amor, aos sentimentos. E que bem que ele está. Não se fere em coisas estúpidas , não liga se magoa ou não quem dele gosta. Mas mesmo assim vai levando a vida dele, ganhando carinho, ganhando amor das pessoas que estão com ele, apesar de nunca mostrar apreço pelo mesmo. Vida boa, vida sem remorsos, sem culpas, sem dores, sem mágoas, sem feridas de amor. Fere de forma voraz, mas nunca se condói desse golpe. Uma pessoa fria, distante, apática do mundo e das pessoas. Posso censurá-lo? Não! Ele apenas se está a proteger, apenas faz o que lhe foi dito para fazer, o que aprendeu em família . Pois é a família a principal ferramenta na hora da construção dos valores e dos sentimentos. Amor, vaidade, egoísmo, narcisismo, fidelidade, isso aprende-se.
Vivo com ele, e aprendo também, pois ele é agora a minha família, a viver sem amor. Não dói assim tanto. Estou a aprender a criar a tal carapaça que ele usa. A principio ele emprestava-ma quando me fazia falta, mas agora estou a construir a minha própria carapaça. Assim protejo-me como ele da frieza de sentimentos que me rodeia. Viver sem amor afinal não custa nada. Apenas temos de saber lidar com isso.
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